“Entendo que há demasiados fenômenos mediúnicos sem filosofia.
Fico bem mais interessada em fenômenos quando eles ajudam
alguém a ser uma pessoa melhor.”
Anne Gehman
Todos nós, espíritas, gostaríamos de ter uma mediunidade muito
produtiva, para oferecer às pessoas um contato mais profundo com
a espiritualidade, mas quão poucos sabem que para esse contato
ser eficaz e produtivo, algum ponto, necessariamente, terá o
médium que vencer dentro do seu mundo íntimo.
Os conhecimentos do nosso eu mais profundo, conhecimento
dos mecanismos da mediunidade, conhecimento da Doutrina
Espírita entre outras ações, são necessários para que não sejamos
joguetes dos espíritos mal-intencionados.
Precisamos vencer nossa vaidade e prepotência, pois é necessário que entendamos que somos apenas intermediários daqueles que vêm trazer a mensagem, e para isso precisamos estar preparados para recebê-las com humildade, sinceridade e desapego.
As más tendências são um obstáculo muito grande para uma
mediunidade sadia e responsável.
Caridade para com o próximo, sintonia constante, estudo e
meditação são ferramentas que nos conduzirão a um final feliz no
processo mediúnico. Assim vamos abrir os canais da sensibilidade
em torno de energias benditas que nos proporcionarão o resultado
esperado.
Nos dias de hoje a mediunidade está muito diferente do que nos
tempos passados. E vamos ter no futuro a mediunidade de intuição para então ir diminuindo gradativamente as outras mediunidades.
Assim quanto mais desprendimento, trabalho, amor, dedicação,
mais mediunidade equilibrada e atuante.
O processo mediúnico sem a menor dúvida vem mudando como
mudando está a humanidade. Algumas mediunidades quase não se fazem presentes em nossa sociedade, mas não significa que não
existem mais. Elas não se fazem presentes, porque não há
necessidade como ocorria no passado.
As mediunidades de efeitos físicos são um tipo de mediunidade
muito rara nos dias de hoje. Até porque muitos que poderiam
testemunhar esses efeitos, possivelmente diriam: “isso não existe”,
“isso é truque”, entre outras afirmações, e a espiritualidade superior
não pode e não deve perder tempo com subjetividades nos
resultados dos trabalhos práticos, mas sim ver nesses efeitos
mediúnicos mais uma prova da continuidade da vida, nas múltiplas
possibilidades de nosso espírito.
A mediunidade que a cada dia tem sido desenvolvida de forma
muito mais acentuada é a mediunidade de intuição, da percepção,
de tudo aquilo que podemos sentir da espiritualidade dentro do nosso ser, ligado ao mundo maior.
Considerada por muitos como a mediunidade do futuro, para se desenvolver, por assim dizer, necessita basicamente do nosso desenvolvimento pessoal, dentro dos aspectos morais e culturais.
A mudança do planeta é um fato inegável e a nossa mudança é
também esperada.
Temos a mediunidade como uma ferramenta poderosa de sensibilização dos nossos sentimentos que nos ajuda
nessa mudança.
O fenômeno mediúnico está em toda parte, e, se eliminarmos a
nossa vaidade, prepotência e orgulho, poderemos ver esse
fenômeno em diversos instantes da vida, e não somente dentro da Casa Espírita.
O mais importante é que o trabalhador da nossa Doutrina, necessita sempre estar atento com relação à mediunidade. Estar atento se estamos dentro da atividade mediúnica com ou sem
Jesus.
Mediunidade sem Jesus é mediunismo e pode levar-nos a sérios
problemas cármicos. Mediunidade com Jesus é luz, e vai abrir as
portas para as nossas mais altas realizações e conquistas íntimas.
Como disse Kardec, a mediunidade está intimamente ligada com o
estudo da Doutrina e a nossa mudança íntima.
O trabalho mediúnico é muitas vezes lento, exige de nós uma
luta interior que nos parece impossível de transpor. Pensamos em
ter essa ou aquela mediunidade para falar, ouvir, ver etc.
Muitos estão vendo na mediunidade algo como ser um super homem dotado de algo especial, mas é engano pensar assim.
Somente dentro da humildade, sinceridade, desprendimento real é
que iremos sentir esse “sexto” sentido aflorar de forma gradual em
nosso íntimo.
Jesus é o maior de todos os médiuns que já passaram pelo
nosso orbe, pois podemos ver que:
Em Caná, o Senhor honrou a mediunidade de efeitos físicos.
No Tabor, Cristo enobreceu a faculdade da transfiguração.
Sobre as águas do Genesaré, o Enviado Celeste prestigiou os
recursos psíquicos da levitação.
Na Montanha, atendendo à multidão faminta, Jesus movimentou
o mecanismo da materialização abundante.
O cego de Jericó foi por Ele felicitado no exercício da
mediunidade curadora.
Em Nazaré, ante a turba enfurecida, utilizou a faculdade da
desmaterialização.
E no dia da ascensão triunfal, junto ao lago, na Galiléia, depois
de investir os discípulos no sacerdócio da Mediunidade nos seus
múltiplos aspectos, alçou-se ao Reino, nimbado de radiosa
materialização luminosa.
Precisamos entender sempre que mediunidade é trabalhar com
Jesus e para Jesus. Qualquer sentimento de vaidade, prepotência
ou outro sentimento menos feliz vai desviar a mediunidade para
algo fora da sua determinação.
Como disse o Dr. Bezerra: Ser médium, no roteiro cristão, é
doar de si mesmo em nome do Mestre.
Por Wagner Ideali
