Quando falamos em “religião de Jesus Cristo”, é importante compreender que Jesus não fundou uma religião institucionalizada. Ele não deixou templos, dogmas ou hierarquias clericais. Sua mensagem foi universal, simples e prática, centrada no amor a Deus e ao próximo.
Ao longo dos séculos, seus ensinamentos deram origem a diferentes tradições religiosas, cada uma interpretando suas palavras segundo contextos culturais, históricos e espirituais. Perguntar qual delas mais se aproxima da religião de Jesus é, na verdade, buscar compreender quem vive com maior fidelidade o espírito do Evangelho.
O que seria efetivamente a religião de Jesus?
Se Jesus tivesse deixado algo como uma religião estruturada, ela seria marcada por:
- Amor incondicional: o mandamento maior, “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
- Prática da caridade: acolher os pobres, consolar os aflitos, curar os doentes.
- Simplicidade: nenhuma ênfase em rituais exteriores, mas na transformação íntima.
- Verdade e liberdade: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32).
- Universalidade: sem fronteiras de raça, cultura ou condição social; todos são filhos de Deus.
- Vivência interior: o “reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:21).
Portanto, a religião de Jesus é mais uma prática de vida do que um sistema dogmático ou institucional.
Todas as religiões ditas cristã se aproximam dos ensinos Jesus, tais como:
Catolicismo onde os Pontos de proximidade são:
- Mantém tradições ligadas à vida e aos ensinamentos de Jesus.
- Valoriza a caridade social (hospitais, abrigos, obras de assistência).
- A figura dos santos e mártires como exemplos de fé e sacrifício.
Apresentam algumas limitações:
- Ao longo da história, acumulou dogmas, rituais e estruturas de poder que se afastam da simplicidade do Evangelho.
- O culto muitas vezes prioriza a liturgia em detrimento da vivência plena do amor.
Protestantismo (evangélico) onde tem os Pontos de proximidade:
- Resgate da centralidade da Bíblia e da fé em Jesus como Salvador.
- Ênfase na experiência pessoal de conversão e no relacionamento direto com Deus.
- Valorização da evangelização, espalhando a mensagem do Cristo.
Apresentam algumas limitações:
- Fragmentação em inúmeras denominações, cada uma com suas interpretações.
- Em alguns contextos, foco excessivo em doutrinas exclusivistas e em prosperidade material.
Espiritismo onde tem profundos pontos de proximidade:
- Retoma os ensinamentos morais de Jesus como guia central de conduta.
- Valoriza a prática da caridade como a verdadeira religião.
- Enfatiza o “Reino de Deus dentro do homem”, pela reforma íntima e pela fé raciocinada.
- Reconhece Jesus como guia e modelo espiritual da humanidade, não apenas como figura histórica.
Como uma reflexão, podemos entender que a religião de Jesus não está presa a rótulos ou instituições. Ela não é o Catolicismo, o Protestantismo ou o Espiritismo em si, mas pode ser encontrada em cada gesto de amor, perdão e solidariedade realizada por todos nós.
Cada uma dessas tradições preserva aspectos de seu ensinamento:
- O Catolicismo preserva a memória histórica e a tradição do Cristo.
- O Protestantismo resgata a fé direta e pessoal em Jesus.
- O Espiritismo valoriza a moral do Evangelho e a prática da caridade como essência.
Parece que o Espiritismo seria a religião de Jesus? Nossa reflexão não entendemos assim, mas sem dúvida a que mais se aproxima dos ensinos e exemplos de Jesus. Não vamos confundir os espiritas com o espiritismo, enquanto um está ainda com egoísmo, orgulho e outros comportamentos equivocados, o outro é um sistema filosófico, científico e religioso muito bem estruturado longe dos rituais, dogmas, entre outros valores distantes de Jesus.
Somos espiritas e entendemos o valor maravilhoso dessa doutrina esclarecedora e consoladora, como também muitas vezes é chamada de Boa Nova. Mas acreditamos que ainda falta algo mais para ser completado e assim ser chamada de religião de Jesus. Para nós espíritos errantes, a doutrina está completa e deveríamos vive-la em toda a sua intensidade e profundidade.
Portanto, a religião de Jesus é o Evangelho vivido. Está presente onde houver amor ao próximo, serviço desinteressado, perdão das ofensas e busca sincera da verdade.
Wagner Ideali